Caro Anselmo
Paz
Veja no que deu aquele minutinho de fama conferido ao pastor
Marcos Feliciano pela presidência da CDHM. Até então, como dizia um critico bem
humorado: Ele era o rabo (ou a bosta)do cavalo do bandido que não aparece nem
mesmo no trailer de um filme porque o mocinho tira a sua vida em sua única
aparição.
Quero ver se entendo:
Primeiro ele participa de entrevistas: com a Sabrina Sato no
Pânico na TV, com DaniloGentili no Agora é tarde; foge do Meirelles do CQC, vai
ao Ratinho e sei lá mais aonde...agora ele ataca o Porchat do Porta dos Fundos,
hilário, provocativo, blasfemo também, como qualquer um dos programas dos quais
participou, rindo em meio às provocações. Interessante é que ele assistiu ao programa (?!).
Você sabe, amigo pastor Anselmo, que até gosto das pregações
do pastor Feliciano, mesmo diante de toda a sua notória pseudo-intelectualidade
e, mesmo sabendo das suas convicções sobre a nefasta teologia da prosperidade –
é que ele vive intensamente mamom, mas prega Jesus– não posso negar.
Todavia tenho observado um perigoso “quê” de obstinação
(porfia) desse pastor que, presunçosamente, encucou presidir o nosso País,
admitindo estar preparado para tal;um plano engendrado com alguns (muitos)
daqueles ditos, no script, "covardes" da bancada evangélica, com quem
já estaria pactuando cargos/ministérios, se eleito, como já estaria, também,
alinhavando algumas ações com outro polêmico profeta da prosperidade, conhecido
por suas chulices,deseducada falta de mansidão e de domínio próprio.
Por ser manifesta, salta aos olhos de qualquer umesta sua
intenção, em suas bisonhas manobras/táticas para captar simpatias entre os evangélicos
e minimizar sua impopularidade entre não evangélicos, nas participações em
entrevistas e programas de auditório da TV desses consagrados entrevistadores,
humoristas e apresentadores, citados acima.
Entristeci-me ao saber comprovada (anda tenho dúvidas) a
farsa da perseguição dos gays no interior daquele avião, uma inequívoca
demonstração do seu real intento – ele quer angariar votos, através do repúdio
dos homofóbicos àquela bizarra atitude encenada no interior da aeronave.
O pastor Marcos parece querer que o cristianismo ingresse na
política para que o laicismo sucumba ante o seu posicionamento radical sobre a
teologia da prosperidade e outras invencionices doutrinárias que não só a ele interessam,
mas também aos heresiarcas seus parceiros e aos seus seguidores.
Considere, aqui, além da sua declarada aversão aos
afrodescendentes, este trecho de declaração dirigida aos católicos, extraída de
um vídeo de um dos seus “shows” particulares:
Eu conheço o Deus de Paulo (São Paulo). Não é o Deus dessa religião
morta e fajuta em que você está. Se há algum católico entre nós aqui, o que eu
duvido muito, mas, se tiver, deixa eu explicar uma coisa. Primeiro: você não
pode sentir aquilo que nós sentimos sem experimentar o Deus que nós sentimos.
‘Não, pastor, não, pastor, mas eu sou carismático.
Eu até aprendi a falar em línguas; colocaram uma fita no
rádio e eu decorei”.
Vociferou Marcos Feliciano: Jesus não é para enfeitar
pescoço de homossexual e pederasta.“Não adianta dizer para mim que seu coração
é de Deus, mas seu corpo esta entregue à prostituição, idolatria e todas as
misérias dessa vida”, enfatizando que o movimento carismático é o “avivamento
de Satanás”.
Considere esta notícia que assombrou o mundo:
O pastor brasileiro evangélico Marco Feliciano diz que DEUS
matou John Lennon. - publicou o The Herald. “John Lennon morreu por ira divina,
diz pastor brasileiro”, noticiou o The Australian. Outros sites
reproduziram a nota – uma pesquisa no Google pelo tema mostra que mais de 30
publicações internacionais repercutiram a pregação de Feliciano, que preside a
Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Considere este trecho que extrai de um artigo escrito pelo
eminente Dr Marcelo Semer, juiz de Direito de São Paulo, no Terra Magazine:
“””A evocação do pastor Marcos Feliciano é um claro chamado
para o ingresso da religião na política, que arrepia a quem quer que ainda
guarde a esperança de manter intacta a noção de estado laico.
A religião pode até ser um veículo para a celebração do bem
comum, mas seu espaço é nitidamente diverso.
Na democracia, o bem comum é uma construção coletiva e, por
natureza, includente. Quanto mais pessoas fazem parte da decisão, mais ela se
legitima.
A religião é, por si só, excludente, e seus dogmas sobre o
bem e o mal não estão sobescrutínio popular.
Suas ‘verdades absolutas’ não fazem parte do ambiente de
negociação, próprio da atividade política. Esta busca, ainda se amoldar à
vontade social e não apenas forjá-la, como regras rígidas de um credo.
Se as leis de um Estado devem valer ao conjunto de seus cidadãos,
as religiosas só alcançam aqueles que se entregam à fé.
A catequese imposta, mesmo que por vias indiretas, como a de
impingir a todos a crença de apenas alguns, é própria de estados teológicos.
Alimentado, todavia, por interesses partidários, dos mais
variados matizes e ideologias, lobbies religiosos estão ganhando trânsito no
governo e também na oposição, seduzidos uns e outros pelo volume de potenciais
eleitores e pela enorme penetração nos meios de comunicação de massa.
O futuro nos espera, assim, em uma esquina sombria.
O caso Feliciano pode ser maior do que a questão religiosa,
mas resumi-lo ao folclore de suas desastradas declarações, desprezando os
riscos desta vinculação, seria uma tremenda imprudência.
É certo que o episódio vem desgastando os partidos, que
relegaram a comissão de direitos humanos a um terceiro escalão “””.
Alberto
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Política e religião

Vejo que a crítica central do vídeo é de atingir um público religioso e seus “lideres” que procura dar motivo ou tirar proveito da fé, onde o retorno lhes seja rendoso, e o pior, tudo em nome de Deus. A credibilidade e o lucro, seja o qual for o bônus, é bem vindo, e não importa a blasfema, mas que os ouvintes creiam e tragam os FRUTO$ de toda forma de crer. Enganados e enganadores seguem o mesmo passo rumo ao, famoso “caminho largo” tão citado na bíblia, que dizem crer, porem não confiam.
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