Foi-me dada uma cana semelhante a uma vara, e foi-me dito: Levanta-te, e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram - Ap 11.1
O único padrão para medirmos a veracidade das coisas
divinas continua sendo o mesmo que o Senhor Deus
entregou ao homem: a sua infalível Palavra, ou seja, as
Sagradas Escrituras. No mundo de hoje, com múltiplas
seitas e múltiplas propostas de verdade religiosas, mais
do que nunca precisamos nos apoiar nos fundamentos de
nossa fé. Caso contrário, seremos arrastados por
sutilezas de argumentos que, embora aparentemente
racionais, não condizem com as verdades bíblicas. “E
digo isto para que ninguém vos engane com palavras
persuasivas” (Cl 2.4).
Nem todos param e ponderam o que escutam e por isso se
deixam convencer por afirmações ou razões falsas. Além
de racional, o homem é um ser emocional e social,
portanto influenciável por esses fatores. As pessoas
buscam apoio para suas convicções em fontes turvas e se
apóiam em alicerces frágeis, envenenando seu espírito e
enveredando por caminhos que não pertencem ao Deus vivo.
Dentre os elementos que as pessoas procuram (consciente
ou inconscientemente) basear suas crenças, podemos
citar:
Quantidade
No monte Carmelo eram oitocentos e cinqüenta profetas de
Baal e do poste-ídolo contra um único profeta do Senhor,
Elias (1Rs 18.19). Não precisamos dizer quem detinha a
verdade. Não importa o número de pessoas que crêem em
certa afirmação, esse fato, no entanto, não torna tal
afirmação verdadeira. A quantidade de muçulmanos (cerca
de um bilhão) que crêem no Alcorão não torna o livro
islâmico na verdadeira Palavra de Deus. Julgar uma
crença pelo número de adeptos é medi-la com um padrão
extremamente falível. Se Colombo assim pensasse, jamais
descobriria a América. Nesses casos, os números mentem.
Isso não quer dizer que algo torna-se verdadeiro somente
porque são poucos os seus defensores. As pequenas seitas
geralmente citam a porta estreita (Mt 7.14) para
justificar a perdição de bilhões de pessoas por não
aceitarem seus ensinos absurdos, alegando que poucos
entram por ela. Não esqueçamos que “pouco” é relativo.
Sessenta milhões de crentes na China é relativamente
pouco para uma população de um bilhão e duzentos.
Todavia, se esse número fosse no continente Europeu
seria bastante expressivo.
Portanto, a nossa fé não se apóia na adesão de poucos ou
de muitos. O prumo das Escrituras ignora resultados
numéricos, embora o mundo moderno ame as estatísticas.
Seguir multidões não é sinônimo nem antônimo de seguir a
Cristo. Independente de qualquer coisa, a Palavra de
Deus continua sendo a Palavra de Deus, “quer ouçam quer
deixem de ouvir” (Ez 2.7).
Antiguidade
A antiguidade de uma crença jamais será garantia de sua
veracidade. O politeísmo é quase tão velho quanto a
humanidade, mas isso não o torna aceitável. Astrólogos e
reencarnacionistas gostam de apoiar-se sobre esse
fundamento, vangloriando-se de vestígios meso-potâmicos
e egípcios de suas práticas. Mas a verdade não vive de
múmias. Os antigos podem estar tão errados quantos os
modernos. O movimento Nova Era, em sua adoração ao
primitivo e ao antigo, não tem restaurado a verdade,
mas, sim, ressuscitado o paganismo.
Não devemos menosprezar as tradições como desprovidas de
valor, como também não devemos superestimá-las. O
catolicismo, ao colocar a tradição em pé de igualdade
com a Bíblia, sancionou erros históricos quando deveria
extirpá-los com a régua de Deus. O que a Reforma
Protestante fez foi apenas começar a aplicar o padrão
divino (leia-se Escrituras Sagradas) depois de séculos
de desvio doutrinário. “E assim invalidaste o mandamento
de Deus pela vossa tradição” (Mt 15.6). Esse tem sido o
problema com muitas doutrinas: querem ser mantidas pelo
aval dos anos, quando a história ensina que o tempo
desgasta e distorce ao invés de edificar.
“Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por
meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição
dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não
segundo Cristo” (Cl 2.8)
Sucesso
Sucesso transformou-se na palavra do momento, capaz de
justificar qualquer comportamento e validar qualquer
conceito. As pessoas estão dispostas a aceitar qualquer
ensino - mesmo o evangelho, se este as levar ao sucesso
imediato. Se uma pessoa teve sucesso na vida, então tudo
o que ela diz deve ser verdade; mas se alguém não é
bem-sucedido, segundo os padrões seculares atuais, então
o que ele ensina deve ser descartado em favor de outro
ensino melhor. Uma mensagem de “deixa tudo e segue-me”
ou “negue-se a si mesmo” soa muito fracassada. Os
mártires já não são bem-vistos, e ninguém mais ouve os
seus ensinos. Mas qualquer líder religioso hoje que
demonstre e prometa prosperidade, felicidade e sucesso é
considerado verdadeiro.
Sabemos que a verdade pode tornar alguém bem-sucedido.
Mas isto não significa que alguém bem-sucedido pode
tornar qualquer coisa verdadeira. Pessoas de sucesso
podem estar avançando por caminhos que não pertencem a
Deus. Nem toda a fama de Paulo Coelho pode dar validade
ao conteúdo de seus livros. Eles não passam de ficção
repleta de idéias pagãs que “matam” ao invés de dar
vida.
“Pois tenho para mim que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte. Somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens. Nós somos loucos por amor de Cristo, e vós sábios em Cristo! Nós fracos, mas vós sois fortes! Vós sois ilustres, nós desprezíveis. Até esta presente hora sofremos fome, sede, e nudez; recebemos bofetadas, e não temos pousada certa. Afadigamo-nos, trabalhando com nossas próprias mãos. Quando somos injuriados, bendizemos; quando somos perseguidos, sofremos; quando somos difamados, consolamos. Até ao presente temos chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a escória de todos” (1Co 4.9-13).
Sinceramente, essa descrição do ministério apostólico
está bem longe do conceito moderno de sucesso. Todavia,
foi escrita por um dos homens que lançaram os alicerces
da Igreja e do evangelho.
Moralidade
A verdade de Deus deve produzir justiça e gerar
santidade.Ela não é apenas algo para armazenarmos
mentalmente. Temos de “andar na verdade” (3Jo 3,4), e
não simplesmente conhecê-la. Nosso procedimento comprova
a nossa fé.
Por outro lado, é perigoso colocar o comportamento como
fundamento da verdade. As boas obras impressionam de tal
forma que muitos pressupõem que se alguém prega e faz
bem ao próximo então seu ensino deve definitivamente ser
verdadeiro. Na verdade, as boas obras devem ser
estimuladas e praticadas, mas elas não confirmam
qualquer doutrina. O espiritismo, por um lado, exalta a
caridade e, por isso, conquista o respeito da opinião
pública. Por outro lado, no entanto, fomenta a consulta
e incorporação dos chamados “espíritos de luz”, levando
muitos ao pecado e à influência satânica. Suas boas
obras, porém, não podem justificar seus erros.
O apóstolo Paulo muitas vezes defrontou-se com homens que por um lado apresentavam aparência de justiça mas, por outro, sustentavam ensinos contrários ao evangelho. Certas ocasiões, os discípulos de Paulo ficavam perplexos, mas tinham de concordar com ele quando a situação exigia que alguns homens que aparentemente viviam uma vida justa precisavam ser condenados. Em uma dessas ocasiões a resposta do apóstolo aos seus discípulos foi: “E não é de admirar, pois o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transformem em ministros da justiça. O fim deles será conforme as suas obras” (2Co 11.14,15).
Todos os que servem a Deus devem ser justos, mas nem
todos aqueles que possuem aparência de justiça servem a
Deus. O amor não é equivalente à verdade, embora os dois
tenham de andar juntos.
Beleza
Hoje, o mundo procura um Deus estético, e não um Deus
ético. Todos querem uma religião de aparência, que
pareça bonita, sem se importar se ela é verdadeira ou
não. Trocam facilmente o conteúdo pela forma. Os
muçulmanos gostam de dizer que uma das provas da
inspiração do Alcorão é a sua beleza. Que eles nos
perdoem, mas se esse fosse o caso, a Bíblia ganharia de
longe. O poeta libanês Kalil Gibran orou a Deus e disse:
“Dizer a tua verdade, envolta em tua beleza”. Não
podemos negar a beleza de seus versos, mas também não
podemos considerá-los infalíveis. Só as Escrituras são
infalíveis, mesmo quando não são belas.
Nem tudo o que é belo é necessariamente bom e
verdadeiro. Nem tudo o que é verdadeiro tem de ser
necessariamente belo, mas com certeza é bom. Não podemos
esquecer que aquele que é a Verdade, quando esteve entre
nós, “não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós
para ele, nenhuma beleza víamos, para que o
desejássemos... Como um de quem os homens escondiam o
rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum”
(Is 53.2,3). Se buscarmos somente a beleza por certo a
encontraremos em muitos lugares. Mas se buscamos a
verdade só a encontraremos na Palavra de Deus.
Um belo hino, uma pregação eloqüente e um texto bem-escrito podem facilmente conter inverdades que serão aceitas por causa de sua beleza. Pior que um veneno, é um veneno gostoso, perfumado e bem-embalado. Isso é típico de Satanás. Diz a Bíblia sobre ele: “...corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor” (Ez 28.17). Não podemos nos esquecer: o pai da mentira é um belo ser.
Agradabilidade
Ninguém se tornará popular pregando a doutrina do inferno. Ela não agrada aos ouvidos. Os que rejeitam a idéia de um inferno de fogo, onde os ímpios passarão a eternidade, não a rejeitam por não ser bíblica, mas por sua dureza. Da mesma sorte, os que a pregam não o fazem com um senso de prazer, mas de fidelidade às Escrituras. A verdade nem sempre é totalmente doce. “Fui, pois, ao anjo, e lhe pedi que me desse o livrinho. Disse-me ele: Toma-o, e come-o. Ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel” (Ap 10.9).
As pessoas têm a tendência de “adocicar” a mensagem que
pregam para não repelir os ouvintes, e fazem isso
extraindo de seu conteúdo elementos que possam causar
algum desconforto. É uma atitude perigosa, e pode
comprometer tanto o que ensina quanto o que ouve. “Duro
é este discurso. Quem poderá ouvi-lo?” (Jo 6.60). O rico
foi embora porque Jesus não quis suprimir as exigências
da salvação (Mc 10.21,22). Não que a verdade seja um
monte de espinhos ou que tem por obrigação incomodar as
pessoas. Mas apegar-se a um ensino somente porque ele
traz conforto e nenhuma repreensão é correr grave risco.
Deus é bom e justo. Abraçar sua bondade e rejeitar sua
justiça tem sido a atitude de muitos. Um Deus que julga,
condena e castiga o pecado tem-se tornado cada vez mais
impopular. A LBV chega ao ponto de interceder por
Lúcifer para que ele seja salvo e o universalismo prega
a salvação de todos os homens. São colocações agradáveis
em termos de religião, mas não são verdadeiras, portanto
não salvam.
Erudição
As palavras erudição e verdade não são sinônimas. Porque
alguém sabe muito, não significa que saiba a verdade. É
muito fácil se impressionar com a cultura de uma pessoa
e achar que pelo seu grande conhecimento ela deve estar
certa em suas afirmações. Em se tratando das coisas de
Deus, a cultura pode ser irrelevante. É claro que muitos
dos escritores inspirados da Bíblia apresentavam cultura
e erudição, mas não foram essas coisas que confirmaram a
Palavra de Deus como padrão. Ao lermos as epístolas de
Paulo, não é a erudição do autor humano que importa, mas
a inspiração do Autor divino. “Os judeus pedem sinal, e
os gregos buscam sabedoria, mas nós pregamos a Cristo
crucificado, escândalo para os judeus, e loucura para os
gregos” (1C o 1.22). Sócrates, Platão e Aristóteles
tiveram sua importância histórica, mas não foi por eles
que a verdade de Deus se estabeleceu. Nesse aspecto, o
iletrado Pedro foi instrumento de Deus para proclamar a
verdade inspirada.
Homens como Marx, Engels e Nietzsche foram filósofos de conhecimento e profundidade extraordinários. Mas seus ensinos se mostraram falsos e destrutivos ao longo da história. Até o pensamento científico, visto como árbitro de todas as afirmações, já defendeu enormes absurdos. Não rejeitamos a ciência, mas também não podemos tomá-la por infalível. Só Deus é infalível. Somente a sua Palavra determina o que é certo e o que é errado, o que é falso e o que é veraz: “Disto também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina...” (1Co 2.13).
Convicção
É mais comum do que se pensa errar com convicção. “Há um
caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele
conduz à morte” (Pv 14.12 ). Alguém pode pregar e
ensinar o erro com mais entusiasmo do que aqueles que
ensinam a verdade. Uma crença não é verdadeira somente
porque seus seguidores se dispõem a morrer por ela. O
martírio pode honrar a verdade, mas jamais pode tornar
verdadeiro aquilo que é falso. Sem dúvida, Hitler estava
totalmente convencido das idéias loucas do nazismo e as
proclamou com tamanha convicção que conseguiu
influenciar uma nação inteira. Esse fato, porém, não
tornou (e não torna) a doutrina nazista veraz.
Principalmente quando no meio de uma massa, o ser humano tende a ser sugestionado pelos sentimentos e começa então a reagir como o grupo. Qualquer pessoa que proclame algo com insistência pode influenciar outras a aceitarem coisas que não são verdadeiras. Em Atos 17.10,11, aconteceu algo interessante. Os irmãos da cidade de Beréia, para onde Paulo e Silas foram enviados, receberam de bom grado a pregação desses dois homens de Deus, mas não deixaram de examinar nas Escrituras para ver se o que falavam era de fato verdadeiro:
“Ora, estes foram mais nobres do que os de Tessalônica, pois de bom grado receberam a palavra, examinando a cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim”.
“À lei e ao testemunho”
Não rejeitamos a popularidade, a tradição, o sucesso, a
moralidade, a beleza, os benefícios, a erudição e a
convicção resultantes da verdade. Mas não podemos
considerar essas coisas um padrão para a nossa fé.
Cremos na Palavra de Deus como única norma. A
importância em excesso conferida a outras coisas tem
afastado muitos do Caminho. E o pior: tem lhes causado
um sentimento de segurança e satisfação que os impede de
ver a verdade.
Temos de conhecer os verdadeiros fundamentos da nossa fé
e esperança, e sobre esses fundamentos construir os
alicerces de nossa existência.
“À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta
palavra, nunca verão a alva” (Is 8.20).
Por Hélio de Souza Fonte:ICP
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Olá! Gostei do seu blog, parabéns. Seja bem vinda para fazer parte do meu. Um abraço, fk na paz! http://blogelianealves.blogspot.com.br/
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