De repente entra na sala uma mulher de reputação pra lá de duvidosa e caminha segura na direção de Jesus. Não faz cerimônia, ajoelha-se atrás dele e lava-lhe os pés com lágrimas. Usa os cabelos como toalha, e derrama sobre os pés secos o perfume que enche a casa de cheiro de cabaré. Jesus não se faz de rogado: entrega os pés aos beijos da mulher.
Os estreitos de plantão não perdem tempo. Criticam o desperdício de perfume, sugerindo que poderia ser transformado em pão para os pobres, e fazem questão de anunciar em alto e bom som que se trata de uma mulher de péssima reputação, pecadora, disseram. Por trás das palavras a respeito da mulher está uma implícita condenação a Jesus: Se fosse profeta saberia que a mulher não presta; se fosse sério não se deixaria tocar daquele jeito; se fosse dos nossos condenaria a mulher de vida fácil.
Mas Jesus é diferente. Não é dos nossos. Jesus aceita o perfume das prostitutas. Já consigo ouvir a observação dos estreitos de hoje: é verdade, mas a mulher abandonou aquela vida... Sei não. Tudo quanto Jesus lhe diz é “seus pecados estão perdoados”, pois a demonstração de amor estava proporcional ao alívio da culpa: A quem muito é perdoado, muito ama. E Jesus se despede da mulher: “Sua fé a salvou, vá em paz”.
Via de regra os beatos não aceitam o perfume das pecadoras. E quando aceitam querem se certificar de que já mudaram de vida ou pretendem mudar. Essa é a face mais sombria do cristianismo institucionalizado: Impor sua moral, enclausurar o amor de Deus e a graça do Cristo. Será o caso de “deixarmos” que a graça faça seu caminho dentro das pessoas, e as pessoas façam seu caminho por dentro da graça? Será que conseguimos acreditar que Deus trata com os pecadores, e o faz aceitando seu perfume? Ou preferimos controlar os pecadores, exigindo que se enquadrem em nossas estreitas molduras morais, em vez de lhes dar espaço para a transformação de dentro para fora?
Ed. Rene Kivtz
Paz do Senhor,
ResponderExcluirQue lembrete maravilhoso aos que pensam conhecer o coração de alguém pelas aparências,só o Senhor tem poder para sondar e transformar os que são seus,pois Ele disse:
Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento. Marcos 2:17
Ele sabe o valor de cada perfume exalado dos corações humanos!!!!!
Que o Eterno continue abençoando sua vida,tenha um bom dia na Paz pastor Anselmo!!
O texto é primoroso,
ResponderExcluir(queria muito saber escrever assim)... curto, direto, profundo e eficaz.
A Graça como a pregamos, nem de longe pode se comparar com a Graça Verdadeira que Jesus pregava e vivia!
As prostitutas o amavam e o adoravam por ser alguém que as amava não em quartos fechados e alcovas. Mas porque Ele manifestava o Amor que Deus queria derramar sobre elas.
Hoje em dia, julgamos prostitutas e vivemos como elas mesmas, afinal a concepção da Igreja atual é muito perecida com Tudo, menos com a Graça verdadeira!
parabén por tão excelente matéria de (re)postagem pastor!
Paz!
Caro Pr. Anselmo,
ResponderExcluirEstou aqui para lhe parabenizar, mais uma vez, pelo blog e pelos posts. Desde seu envolvimento com o Teísmo Aberto que estou com um pé atrás com o Ed René Kivtz, mas ainda o admiro enquanto escritor e pastor. Como teólogo está deixando a desejar, mas isso é apenas minha opinião. Mas, sei que ele, o Ricardo Gondim, o Paulo Brabo e outros têm seus motivos para estarem decepcionados com igrejas institucionalizadas há séculos e suas lideranças...
Estou consertando um erro que já deveria ter consertado há tempos. Estou recomendando seu blog entre os meus favoritos, o que já deveria ter feito.
Boas Festas!!!
Forte Abraço.
No Grande Amor de Cristo!
Querido Pr Guedes.
ResponderExcluirAgradeço por suas palavras de consideração.
Concordo plenamente com o irmão quanto à questão que envolve o teísmo aberto, um “pé atrás” é de grande valia.
Quando posto textos do Kivtz dou antes uma boa examinada.
Gostos dos seus textos e me identifico principalmente com sua forma de escrever. Não diria o mesmo quanto ao Ricardo Gondim e o Paulo Brabo.
Por fim, tudo o que conhecemos hoje em termos de “escolas” teológicas precisamos (esse é meu ponto de vista) mesmo examinar tudo com bastante cautela.
Assim como o teísmo aberto descamba para o absurdo em sua intenção de explicar o inexplicável quanto ao pré- conhecimento de Deus e o livre arbítrio o calvinismo nos traz uma visão igualmente equivocada ao nos “revelar” um homem robô.
Um grande abraço.
Paz!Sempre!
Bom dia Rita.
ResponderExcluirÉ mesmo verdade. Que o Espírito Santo traga a nossa memória todos os dias a consciência de que precisamos viver compartilhando do seu amor. Nossas atitudes para com o perdido precisam mudar.
Um grande abraço.
Paz!Sempre!
Querido Wendel.
ResponderExcluirConcordo inteiramente com o irmão. Que o apelo de textos como esse do Kivtz que você ressaltou como primoroso e eficaz, nos conduza a uma profunda reflexão e retorno ao caminho da graça.
Tenha um bom dia e obrigado por seu comentário.
Paz!Sempre!
Anselmo, passei pra te desejar um excelente ano novo. Que o Senhor Jesus continue a orientar-te e fortalecer no conhecimento, na graça e no amor. Paz e bem.
ResponderExcluirAnselmo,
ResponderExcluirQuando o Ed Xará não entra em detalhes teológicos, ele é realmente primoroso. E essa questão do nosso julgamento pelas aparências tem que ser trazida a público toda a hora, até que tenhamos uma real mudança de postura com as outras pessoas.
Chega de dedo engessado, apontando sempre pra frente, desde que não haja um espelho adiante. Precisamos olhar com o olhar de Jesus. Precisamos do Seu amor em nós!
Anselmo, que a Paz e as infindáveis bênçãos do Senhor sejam com você e sua família, não só nesta "virada de ano", mas por todo o sempre!
Grande abraço, meu amigo!